Amigo imaginário - Stephen Chbosky
Sobre o amor que supera o medo.
Imagino que muitos conheçam Chbosky por meio do livro "As vantagens de ser invisível". Lembro de várias pessoas comentando a importância desta obra em suas vidas, e o quanto a mesma foi acolhedora durante o período de suas adolescências.
Em "Amigo Imaginário" o autor exercita (mais uma vez) sua capacidade de contar uma história que entretém e fornece importantes reflexões para a vida. Desta vez, adicionando uma habilidade que apenas os ótimos autores desenvolvem de forma satisfatória: aterrorizar o leitor.
Neste livro acompanhamos Chris - garoto meigo, amoroso e um tanto solitário - e sua mãe, Kate. Ambos fogem da violência doméstica e buscam uma vida melhor na pequena cidade de Mill Grove.
A vida que encontram no local parece dos sonhos. Mas, em pouco tempo, se revela um pesadelo.
Chris some, volta com dons inexplicáveis, as vidas de muitos moradores da cidade mudam e somos apresentados à grande aventura de um menino, seus amigos, uma casa na árvore e o mal puro, que pretende destruir o mundo.
A trama principal gira em torno de Chris e sua relação com seu herói, o "amigo imaginário" (ou "Moço Bonzinho") na luta contra a malvada Mulher Sibilante. Se a história se resumisse a isso, Chbosky já teria feito um GRANDE TRABALHO, seria um excelente livro de horror.
Porém, as tramas "secundárias" é que levam o autor para mais perto de Stephen King. Temas como bullying, abuso sexual e violência doméstica estão presentes no livro de forma muito responsável, assim como o afeto e o amor (aqui me conquistou de vez).
Digo que a abordagem do amor nesta obra de horror me conquistou não por ser uma grande fã de histórias românticas. É que aqui tratamos de amor materno, de amor que dá a vida pelo outro, que se arrisca e se coloca na linha de fogo pelo próximo. E a lição que tiramos é que apenas fortes são capazes de fazer o bem, a bondade não é demonstração de fraqueza, ao contrário, requer extrema coragem.
Entretanto, nem tudo são flores. Aos leitores mais sensíveis, não indico, é um livro bastante violento, com diversas descrições de violência extrema. Além disso, a escrita pode se tornar um tanto repetitiva (nada que atrapalhe ou tire sua qualidade).
Contar mais sobre o universo e os personagens do livro seria injusto com vocês, é preciso que conheçam a essência dessas pessoas, que arrumem as malas para Mill Grove e mergulhem nessa história emocionante. Só tomem cuidado com os pesadelos!


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